admirava muito quem se dedica a causas tão eficazmente que abre novas portas a quem precisa. ou gente que transforma ideias em obras cinematográficas, literárias ou plásticas subtilmente disruptivas, provocadoras e poderosas, fazendo-nos repensar os dias (para não dizer a vida). ou aqueles conhecidos com tanto na vida para gerir que pareciam desdobrar-se em, pelo menos, quatro clones para concluir tanto afazer. contudo, o tempo trouxe-me a admiração por quem resiste no confronto com a delicadeza da estabilidade no dia à dia do seu núcleo, dos seus.


ainda continuo hesitante com a tasca. creio que a coisa vá descambar numa pseudo filosofia de bancada. hoje podia ser qualquer coisa como: quando parimos também damos à luz a puta da culpa que nos ficará colada à pele por cada espinho que as crias espetem nos dedos?


sim.

limpei muitas séries nos anos de confinamento (gostava de poder já dizê-lo no pretérito perfeito). algumas bem cotadas nos mercados imdb, rotten tomatoes e os melhores críticos: do fb ao twitter, passando pelo insta e a conversa de café no whatsapp. destas deixei a meio muitas. maravilhei-me com algumas surpresas. passei a esquecer os rankings. só me interessam as que ficaram na memória: o melhor barómetro. 

para já o meu top três. todas eles a lembrar de como facilmente podemos pifar, queimar os circuitos, fazer merda, obsessões, salvação, resiliência. ou, quem sabe, na verdade foram só as belíssimas bandas sonoras que me ficaram na memória e tudo o resto é uma mania em achar que tudo tem ser explicado.

 

ainda dá para tirar o pó

a esta tasca?

acho que as paredes ainda estão boas.