paixão assolapada




[ ó Sharon já podias deixar de fazer músicas que me apetecem ouvir duzentas e trinta e sete vezes seguidas ]

amazing facts that will blow your... mind


se a vida te der limões




make a spatial duo


Le monde entier est un cactus
Il est impossible de s'asseoir
Dans la vie, Il n'y a qu'des cactus
Moi j'm'pique de le savoir

Aïe! Aïe! Aïe! Ouille! Aïe! Aïe! Aïe!

Dans leur cœur il y a des cactus
Dans leur portefeuille y a des cactus
Sous leur pieds, Il y a des cactus
Dans l'heure qu'il est y a des cactus

Aïe! Aïe! Aïe! Ouille! Ouille! Ouille! Aïe!

Pour me défendre de leur cactus
A mon tour j'ai pris des cactus
Dans mon lit, J'ai mis des cactus
Dans mon slip j'ai mis des cactus

Aïe! Aïe! Aïe! Ouille! Aïe! Aïe! Aïe!

Dans leur sourir' il y a des cactus
Dans leur ventr' il y a des cactus
Dans leur bonjour, Il y a des cactus
Dans leur cactus il y a des cactus

Aïe! Aïe! Aïe! Ouille! Aïe!

Le monde entier est un cactus
Il est impossible de s'asseoir
Dans la vie, Y a des cactus
Moi j'm'pique de le savoir

Aïe! Aïe! Aïe! Ouille! Aïe! Aïe! Aïe!

Alrigh

(não gosto - nem nunca gostei - de cactos. certo.)
uma vez uma amiga disse-me que eu agora tinha uma vida boa: duas filhas, uma relação estável, um emprego onde tudo corria bem, etc e tal. acrescentou que agora eu não tinha razões para me sentir mal. não duvido das suas boas intenções nessas declarações — que são em parte verdade, mas não a verdade toda. não somos apenas o que temos e a forma como estamos com o que temos. somos também nós próprios. talvez sejamos sobretudo isso e curiosamente é o mais difícil de descrever. fazendo um exercício simples: à pergunta frequente de quem és tu? ou para nos apresentarmos, o que respondemos? mãe de B e C, namorada de T., designer, franciú de origem, provinciana por escolha, cota com dores nos joelhos e — secretamente — lutadora de demónios nos tempos livres.





é com muita frequência que me sinto à beira de um ataque de pânico (ou já dei o salto e mergulhei nele). o que inclui os habituais sintomas de uma respiração que parece não ser suficiente para oxigenar o necessário, tremores e formigueiro nas mãos, náuseas que provocam alguma dificuldade até em beber água e medo (daqueles medos pouco consistentes e sem causalidade). sei todo o bê-à-bá do que devo fazer. e faço. só não consigo prevenir porque aparecem até nos momentos de maior bonança. talvez por tanta concentração em controlar o de ontem, que dei por mim alienada do sítio onde estava. toca o telefone que está em cima da minha secretária e dou por mim a não saber onde estava, a deixar cair uma garrafa de água que tinha na mão (sabe-se lá porquê) e olho fixamente para o raio do aparelho que está no trimmm trimmm! reconheço-o como o telefone do trabalho. não faço ideia com quem falei, não me lembro. passada uma horita estava como se nada tivesse acontecido.

quando se sai de casa nunca sabemos se vamos escorregar no montes de folhas outonais molhadas pelas chuvas da noite e ficarmos com o cóccix dorido da queda. também nunca sei quando a minha ansiedade fica em red alert. um dos truques é também não pensar nisso, dada a sua aleatoriedade. teoricamente, tudo muito bonito.

"o que aconteceu para que ficares assim?", é quase sempre a pergunta que vem depois da raras vezes em que falo sobre isto e é frustrante a resposta não poder ser objectiva. ou tentar sê-lo e ver as expressões de estranheza do outro. afinal está tudo na tua cabeça, essa que manda e desmanda como bem queremos, claro. pois, sim.

































★★★★★ 

é uma série policial. é sobre um crime, claro, mas é também sobre quem fica, sobre quem ama, sobre quem lida com uma patologia mental e se resigna a ela, sobre quem procura respostas, sobre quem é assombrado,  sobre o luto, sobre quem somos para os outros.



Sex is an itch to scratch. Love is an itch so far down your back that you can never scratch it with your own hand.

Love. I've been trying to remember what that feels like, to be in love. It's been a while. For whatever reason, it has passed me by. The closest I got felt like food poisoning. In books, and films, and plays, it's always so compelling, so complex. There should be more than one word for love. I've seen love that kills, and I've seen love that redeems. I've seen love that believes in the guilty, and love that saves the bereaved. What we will do for love. Die for it even.

I have always thought a country should be judged on how it treats its insane, rather than its sane; the stranger on our shores rather than those already home.
“It is courage, courage, courage, that raises the blood of life to crimson splendor. Live bravely and present a brave front to adversity.”
― Horace

therefore:


a mais velha lá de casa anda irritada por causa da descriminação com as mulheres, da classe trabalhadora que sendo a maioria é a que tem menos dinheiro mas que trabalha mais e vive pior, dos impostos que os altos funcionários exigem e.... e ainda lhe falta a matéria de História dos últimos 5000 anos, só ainda está no Antigo Egipto. (é isso miúda! 💪👏)

ontem, antes de ir dormir, a cria mais velha demorou umas duas horas a escolher a roupa para hoje. o que não a impediu que demorasse uma hora hoje de manhã a acertar os detalhes. quase perdeu o autocarro. devo preocupar-me?

bem me avisaram que o tempo iria passar rápido. esse tempo que se está bem a lixar se eu sou lenta e, ainda, profundamente agarrada a elas. não sou capaz de explicar o que sinto todas as noites quando elas já estão a dormir e vou ao quarto delas dar um jeito nos edredons, beijos na testa e desligar a luz. o corte vai doer para caraças, ai vai.

contudo (com tudo? apesar de?) respiro fundo e a mais velha sai de casa para apanhar o bus para escola, ainda que sejam dez minutos de casa até lá, de carro. ou que até esteja a caminho do meu trabalho. faz-te à vida, filha - cof cof - mãe.


[acabo de encomendar um destes. uma pessoa precisa de compensação emocional... não julguem -_- ]



sobre coisas nada importantes

estou há uma horita a ouvir esta música e a cantarolar para dentro we are boys and girls, we just want to lose control of our thoughts... of our thoughts....




de thought a tough. disso, ou desses pensamentos, suspiro perante a lentidão tecnológica. o minority report levou-me a uma espera de dezasseis ano por aquela magnífica projecção e manipulação de dados no ar, apenas com movimentos das mãos. para mim era bem mais simples. vejo na materialização dos (meus) pensamentos um caminho para os ordenar, por vezes filtrar e arrastar alguns para a reciclagem. ter tecnologia para facilitar o processo é sedutor, com a crença de que esse ganho seja proporcional à ordenação de algum caos, do meu pinball mental. invariavelmente, acaba por ser feito pela escrita e nem sempre tenho onde escrever. hum, tenho, claro que tenho [talvez ainda encontre alguma dificuldade em pôr no papel (lá está, no digital), essa escrita que leva o seu tempo para ser estruturada e lógica].


ocorre-me, antes de publicar esta posta, que o desejo deva ser exactamente o oposto: passar a escrever à mão.