é com muita frequência que me sinto à beira de um ataque de pânico (ou já dei o salto e mergulhei nele). o que inclui os habituais sintomas de uma respiração que parece não ser suficiente para oxigenar o necessário, tremores e formigueiro nas mãos, náuseas que provocam alguma dificuldade até em beber água e medo (daqueles medos pouco consistentes e sem causalidade). sei todo o bê-à-bá do que devo fazer. e faço. só não consigo prevenir porque aparecem até nos momentos de maior bonança. talvez por tanta concentração em controlar o de ontem, que dei por mim alienada do sítio onde estava. toca o telefone que está em cima da minha secretária e dou por mim a não saber onde estava, a deixar cair uma garrafa de água que tinha na mão (sabe-se lá porquê) e olho fixamente para o raio do aparelho que está no trimmm trimmm! reconheço-o como o telefone do trabalho. não faço ideia com quem falei, não me lembro. passada uma horita estava como se nada tivesse acontecido.

quando se sai de casa nunca sabemos se vamos escorregar no montes de folhas outonais molhadas pelas chuvas da noite e ficarmos com o cóccix dorido da queda. também nunca sei quando a minha ansiedade fica em red alert. um dos truques é também não pensar nisso, dada a sua aleatoriedade. teoricamente, tudo muito bonito.

"o que aconteceu para que ficares assim?", é quase sempre a pergunta que vem depois da raras vezes em que falo sobre isto e é frustrante a resposta não poder ser objectiva. ou tentar sê-lo e ver as expressões de estranheza do outro. afinal está tudo na tua cabeça, essa que manda e desmanda como bem queremos, claro. pois, sim.










4 comentários:

  1. não sei se a miséria alheia serve de paliativo mas...
    uma vez escorreguei num monte de folhas outonais molhadas pelas chuvas da noite. desde então tornei-me cóccicodependente.

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    1. é mais que uma paliativo, eu divirto-me com a miséria alheia ;)

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  2. Vanessa21.11.18

    Já que te divertes com a miséria alheia, cá vai: percebo demasiado bem o que descreves, mais do que gostava. Houve alturas em que deixei até de sair de casa, houve outras em que pensei que estava "curada". Agora às vezes voltam, sobretudo quando não estou à espera. Parece que nos querem sempre alerta, só para se rirem. Mas nós não quebramos. Às vezes só vergamos um bocadinho.

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    1. divertia-me mais se me dissesses que caíste duas vezes no mesmo dia e foste para o trabalho de rabo molhado.

      a chatice é mesmo quando acontecem quando não estamos à espera. porque estarmos ansiosos pela resultado de um exame até se entende. agora quando vêm do nada? filhos da puta!

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