halloween

*
Oh the werewolf, oh the werewolf
Comes stepping along
I have not even broken the branches where he's gone
Once I saw him in the moonlight, when the bats were flying
I saw the werewolf, and the werewolf was crying
Cryin 'nobody knows, nobody knows, body knows
How I loved the man, as I teared off his clothes.
Cryin 'nobody knows, nobody knows my pain
When I see that it's risen; that fool moon again
For the werewolf, for the werewolf has sympathy
For the werewolf, somebody like you and me.
And only he goes to me, man this little flute I play.
All through the night, until the light of day, and we are doomed to play.
For the werewolf, for the werewolf, has sympathy
For the werewolf, somebody like you and me.




sobre um certo foder

1. Os meritíssimos juízes, entre eles uma mulher, citam a Bíblia. Mas citam a Bíblia que lhes dá jeito, ou seja, o Velho Testamento, porque no Novo Testamento há aquela passagem subversiva em que Jesus perdoa a Maria Madalena e diz "quem não tiver pecado que atire a primeira pedra".

2. Nalgumas cabecinhas bafientas ao macho ibérico tudo é permitido. Nalgumas cabecinhas a mulher adúltera é uma puta, o homem um garanhão (o que leva alguém a trair alguém é complexo, a psiquiatria explica que há quem ame e traia e há quem não ame o companheiro ou companheira e não traía, mas isso é outro tema).

Alguns juízes não o deviam ser.

3. Há uns tempos escrevi um texto sobre "a puta". Retomo-o.

Quando um homem (quando alguns homens para ser justa) quer humilhar uma mulher recorre habitualmente a três vocábulos: cabra, vaca e puta.
A lógica por detrás da retórica é simples: trata-se da tentativa de a desvalorizar comparando-a a um animal ou questionando a moral sexual da mesma.
A vida é pródiga em paradoxos, é o que digo habitualmente a estas mulheres, mais irracional que um animal (que nalgumas culturas até são sagrados) é quem necessita de humilhar ou vilipendiar o outro.
Em pleno século XXI alguns homens educados de forma castradora entre as mulheres para “casar” e as mulheres “para foder” (tanta mãezinha culpada pela violência exercida sobre outras mulheres ) consideram que a pior ofensa que se pode fazer a uma mulher é chamá-la de meretriz, reduzindo-lhe o “valor sexual”. A essas mulheres digo que não se trata de uma ofensa, mas de um elogio, pois revela medo. Nada intimida mais um homem ( ou alguns homens ) do que uma mulher bem resolvida e descomplexada (e se for bonita , inteligente e independente então morrem de medo).
Habitualmente os abusos verbais passam também pelo clássico: “vai-te foder”. Recentemente numa troca de mensagens sobre um outro tema um conhecido fez uso do “clássico”. Respondi-lhe, e perdoem o meu francês, ” vou sim com muito gosto, mas será com alguém que não seja impotente como tu”. A conversa e a tentativa de ofensa morreu ali.


(Como eu gostava de encontrar num face a face estes juízes guardiões da moral alheia)

Helena Ferro de Gouveia@FB

"ontem vi um filme bonito

qual?
Wind River. muito branco, frio, fechado, calmo e resiliente.
hum, mas é sobre um crime. vários, até.
também. mas não é o seu ponto central.
devias passar a ver documentários sobre vida selvagem.
não é de isso que se trata?

"


nas nuvens


hollyshit

[
tinha cerca de quinze anos e era mais um verão no qual trabalhava parte do tempo de férias. novamente como babysitter numa grande família lisboeta. gente fina que tratava os filhos por você. alguns iam às africas buscar miúdos para lhes darem um boa oportunidade na vida: a de serem seus criados. eram chamados assim: criados (e eu não sou assim tão antiga).

um dos adultos dessa fina família lançava olhares lascivos a quem tivesse menos de dezoito anos e costumava criar desculpas para situações em que ficasse só e elas. e eu. a primeira vez que aconteceu comigo e dei com os comentários e sugestões dele quanto à minha cara laroca, ao meu corpo, bloqueei, congelei. alguém dessa fina família entrou na divisão onde estávamos e eu não dei hipótese que acontecesse uma segunda vez. fui embora daquela casa sem dizer nada. ainda hoje sinto náuseas quando ouço "quinta da marinha".

depois deste episódio houve mais situações de assédio, fui aprendendo a lidar com isso. nem que para isso me tivesse de despedir de uma empresa onde trabalhava. talvez devesse ter feito queixa. nunca o fiz. talvez porque o nojo que sentia fosse tão grande que só queria que desaparecesse. falar disso na forma de denúncia manter-me-ia colada ao que queria esquecer. e, claro, a questão: alguém acreditaria? ou ainda, por outras situações similares, ouvir o pôs-se-a-jeito. é tudo inibidor de acções mais efectivas. apostei na prevenção e na defesa, ao mínimo sinal aprendi a desviar-me.
do assunto mediático destes dias, não me espanta não haver mais denúncias públicas, infelizmente. que o filho da puta pague na medida certa, bastante portanto. dos que sabiam e que foram coniventes, que paguem em igual medida. aos que denunciaram, o meu agradecimento pela coragem.
 ]


"A love letter to the '80s classics that captivated a generation"

primeira frase da sinopse da série Stranger Things. iep, é isso. uma nostalgia bem boa. uma série com putos que não é para putos e que mete adultos (pelos menos a mim) a ver a coisa (ou as coisas) quase de uma tirada (intervalada pelos dias de tarefas).

durante os oito episódios voltei a ter aí uns dez anos, aquele cheiro dos anos oitenta, os penteados foleiros, a roupa (agora, o vintage da moda), mas nunca joguei ao dungeons and dragons. deixar os meus pais adormecer para ir ver o pesadelo em elm street e cagar-me de medo. hoje de manhã ao lavar os dentes senti um calafrio e numa pequena fracção de segundos pareceu-me estar no mundo invertido. é assim, o terror na ficção continua a provocar-me o mesmo medo de quando tinha dez anos. de certa forma, é bom. alguma coisa (coisas) não se perdeu (perderam).

:)


ó josé luís!

olha, nem de propósito, saiu esta ontem. não foi com o Tom mas com o Hamilton. também 'tá bom :)


o algoritmo para o meu news feed do fb está de bom humor

e recomenda-se.


mashup



Want to be special
You're so fucking special
I see you, and it's unclear
Your skin makes me cry
Tell me, I'm nothing to fear
In a beautiful world
Tell me, I'm nothing, nothing
I'm a creep, I'm a weirdo 
I see you
run, run, run, run, run.

afinal, é mesmo na net que estão as respostas

há uns meses fiz uns quantos exames e pude perceber que o meu sangue estava a circular como devia, em constituição e caminhos. no entanto, aparecem-me uns hematomas feios (e falo mesmo do feio estético: grandes e roxos). sem saber a causa, hoje encontrei-a em plena internet:
De tanto cair em mim
estou cheio de hematomas.
— Plúvio, chovechove.blogspot.pt

do estranho

votei em ziguezague: em três partidos diferentes, nunca me tinha acontecido. o resultado foi assim um susto, dos inesperados. ou não percebo um caralho de política (provável) ou anda meio (?) povo avariado (também provável).
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de um pessoal estranho, que brinca, mas que resulta em muito bom. o dia está +/- salvo.