hipnoterapia

pára tudo!!!! incluindo os reguladores de neurónios, a neura do outono no verão, o sono crónico, ter dois dias para terminar trabalhos que demoram duas semanas (ou dois meses). pára mesmo tudo! agora estou refugiada, abrigada e deslumbrada com esta maravilha.

@ Estudos Avançados de Música Pimba

on the road

não a do Kerouac, que mal sei escrever e as minhas viagens — apesar de tudo ou felizmente — são mais sossegadas. nem sequer a proximidade com o Moriarty (só porque jamais conduziria a alta velocidade e... de tronco nu, eh eh eh).



ontem, em viagem para ir ajudar os progenitores. cada um doente, um sem poder sair de casa, o outro a ter de ir ao hospital. a irmã em outra cidade com uma das descendentes doente. aproveito que são 19h, estou a conduzir, e ouço a Prova Oral (gosto do Alvim. é um pateta porreiro). falavam de coragem. mais precisamente do livro Este Livro Não é para Fracos, de Ana Moniz. não gosto de livros que cheiram a auto-ajuda. soam-me a um deitar meia dúzia de chavões no caldeirão e daí esperar que resulte uma poção mágica em que todos viveram felizes para sempre. mas há excepções. não sei se é o caso deste. gostei de ouvir a Ana Moniz. acho que até preferia conversar com ela do que ler o livro dela. gosto mais de conversar sobre estes assuntos, do que ler sobre eles. gosto da interacção destas conversas e de ficar semanas a pensar nelas. em parte delas. o gosto de sentir novos ares.



passei a olhar a coragem enquanto pensamento ético e crítico sobre o que nos rodeia, guiado pela compaixão pelos outros e por nós próprios; coragem enquanto vontade de minimizar o sofrimento e de agir para que tal aconteça; mesmo que tenhamos medo, mesmo que implique correr riscos, mesmo que não saibamos o que nos aguarda à chegada. 



in a stranger love

é por momentos destes que uma pessoa vive (não importa que seja ficção e classificada como juvenil). foi (é) tão bonito.

o maior desafio que terão hoje

o que eu já sabia, mas que alguns procuraram cientificar a coisa:

When music is used before athletic activity, it has been shown to increase arousal, facilitate relevant imagery, and improve the performance of simple tasks. When music is used during activity, it has ergogenic (work-enhancing) effects and psychological effects. Listening to music during exercise can both delay fatigue and lessen the subjective perception of fatigue. It can increase physical capacity, improve energy efficiency, and influence mood. In study after study, the use of music during low- to moderate-level intensity exercise was associated with clear improvements in endurance.
www.psychologytoday.com

Loud, fast songs with lots of bass are always good motivators, according to researchers. The higher the tempo, the more likely you are to push yourself—until you reach around 140 beats per minute.
www.popsci.com/music-exercise-create-playlist 

assim sendo fui em busca dos 140 bpm por aqui: songbpm.com. o curioso foi descobrir que até nisto nem sempre o que parece é. quem diria que uma música destas tem 156 bpm???





agora façam a vossa parte e sugiram músicas motivadoras :)

devo ser a pior pessoa a quem se pode pedir conselhos

ou passei a ser, vá. no meio das muitas horas de conversa com uma mãe em luta, sugiro-lhe este filme. não é que a cria dela seja toxicodependente, é mais aquela coisa do turbilhão de dor, confusão e medo pelos quais algumas famílias passam.

agora que penso nisso, talvez fosse melhor tê-la levado ao cinema ver As Vigaristas. too late, hélas. pensando ainda mais, nem me atrevo a fazer a lista dos livros que lhe emprestei: de dramas para baixo :/




ensemble (quase musical)


(afinal, das redes sociais online)


Mariana Motoko, via Facebook


no Instagram, via Twitter

le monde va bien en 2020

na piada, comento com frequência em francês ou a cantoralar uma música. ontem, a pré-teen cá de casa diz que essa é uma língua que lhe soa a antiga. essa pré-teen que anda tipo entusiasmada com tipo a mudança de calendário para um 'tás a ver número mais redondo: 2020. (não fosse a passagem de ano só uma sucessão, bem ordeira, de números). digo-lhe que eu já estava viva na mudança de século. acho que depois disto olha para mim como um achado arqueológico. sem preocupações, ainda não sou um mausoléu.


(quase) estado da arte

de tanto escavar nas redes sociais por razões profissionais que, por cansaço, quase morreu a minha persona online.

por estes dias, o que quero mesmo é desligar toda a tecnologia e falar com pessoas. sobre tudo, excepto trabalho. essa coisa da realização profissional é um engodo para nos fazer aguentar as horas que deveriam ser as mais úteis do dia.

minha querida R.

uma pessoa até dorme bem. nunca sofreu de insónias, nem tampouco sabe o que é passar anos a fio a acordar várias vezes todas as noites. não satisfeita com isso, decide ver às dez horas da noite um documentário que tira o sono. não saber às vezes é uma benção. não neste caso.


The Mistake I Made

(... )

Shift responses are a hallmark of conversational narcissism. They help you turn the focus constantly back to yourself. But a support response encourages the other person to continue their story. These days, I try to be more aware of my instinct to share stories and talk about myself. I try to ask questions that encourage the other person to continue. I’ve also made a conscious effort to listen more and talk less.

Recently, I had a long conversation with a friend of mine who was going through a divorce. We spent almost 40 minutes on the phone, and I barely said a word. At the end of our call, she said, “Thank you for your advice. You’ve really helped me work some things out.” The truth is, I hadn’t actually offered any advice; most of what I said was a version of “That sounds tough. I’m sorry this is happening to you.” She didn’t need advice or stories from me. She just needed to be heard.

@https://www.huffingtonpost.com/entry/how-to-help-a-grieving-friend



ontem ouvi as minhas crias a falarem. muito, de muito e duro. apeteceu-me várias vezes abrir a boca para ajudar, mas por uma razão qualquer achei que aquele era um momento em precisavam apenas de falar — e serem ouvidas.


I'm still learning
 

motivational quotes for life






terapia _07

"Não tenho vergonha de depender de comprimidos para ter uma vida minimamente normal. Às vezes algumas pessoas que se tornam mais próximas perguntam-me: “já experimentaste parar de tomar?”, ao que eu respondo afirmativamente. “E o que é que acontece?” Acontece a merda inominável de cada posição do plano existencial valer exactamente o mesmo que qualquer outra. É uma coisa pela qual a maior parte da população nunca passou, felizmente. No reverso dessa bênção reside a desfortuna de sermos portadores de uma experiência incomunicável, mediante a qual os outros nos olham com o desdém de nos acharem, no mínimo, frágeis e, no limite, mimados."
— Valério Romão,  hojemacau.com./deixem-me-vos-levar-pelas-maos-ate-ao-sitio-das-perguntas

happy me

ah, quem me dera ter vinte anos, ou vinte cinco, ou trinta. vá, trinta e cinco.

só a ideia me dá arrepios. pensar nos meus vinte, vinte cinco, trinta, trinta e cinco. estou muito bem nos meus recentes quarenta e três. é pouco sedutora a ideia da possibilidade, mesmo que imaginária, de ter menos anos daqueles que foram necessários para ser a pessoa que sou hoje. ainda que não seja diferente do resto dos mortais: tenho as minhas frustrações, lamentos e problemas. tenho isso tudo e mais um par de botas (até tenho três pares de botas), mas adquiri um super-poder: a capacidade de (re)perspectivar de forma mais eficiente e produtiva.

*

self portrait
(pena é continuar a não saber desenhar)

 



terapia _06

musicoterapia.




a ouvir com phones de boa qualidade e com um sinal de perigo se incomodarem em cima da secretária.

terapia _05

Quem entra é recebido por dípticos a preto e branco identificados com o nome de mulheres: 
 Alice foi queimada, 
Leonor brutalmente agredida e abandonada numa poça de sangue, 
Rosa envenenada, 
Teresa suicidou-se depois de anos de agressão física e psicológica, 
Fátima, depois de uma forte pancada, o seu crânio quebrou-se, 
Ana, as mãos que amam são as mãos que matam, 
Margarida, um tiro levou a sua vida, 
Maria, a sua carne foi esfaqueada.
Todos eles casos reais, ocorridos em Portugal. 

Há depois uma sala negra, um espaço de silêncio para percorrer depois do inicial soco no estômago. 

Já numa parede branca, suspensos sobre um fundo vermelho, a cor do amor e do sangue, há uma série de objetos iluminados como pedras preciosas numa loja de jóias. 
Um martelo, 
uma pedra, 
uma faca, 
todos eles objetos comuns, mas que foram utilizados para matar. 

Na última moldura do corredor, um espelho onde cada visitante se pode ver refletido. 
Desafia João Francisco Vilhena: 
Como nos vemos no fim deste percurso? 
Um assassino tem rosto? 
Uma vítima escondida? 
Qual é a dimensão da fronteira que separa o amor do ódio? 
Do tédio? 
Da falta de humanidade? 
De respeito pelo outro?”

@expresso.sapo.pt/blogues/bloguet_lifestyle/Avidadesaltosaltos/2019-02-01-Matei-a-por-tedio-confessou-ele


não sei que estratégia de sensibilização funcionará melhor, das exposições às campanhas com cartazes. sinto que falta sempre qualquer coisa. não sei o quê. talvez uma mão mais pesada nos tribunais, criando o medo das consequências dos actos destes filhos da puta. ou antes disso, naquela discussão que ouvimos no apartamento do lado e derrotar o ditado que entre marido e mulher não se mete a colher.

há uns meses denunciei um caso. sem provas, se não o de um testemunho indirecto. não denunciei à polícia mas sim a uma associação que trabalha no apoio às vítimas de violência doméstica e faz a ponte junto das forças policiais e dos tribunais. tive receio que uma queixa na polícia fizesse escalar a putice do agressor. sei que aquela família vive num medo que as paralisa. abordadas com todas as reservas de privacidade recusaram confirmar a situação, o que entendo ainda que lamente e tema por elas.

ontem conheci pessoalmente o filho da puta em questão. estavam presentes crianças e tive de dizer um boa tarde à força, mas com a minha pior cara. esta noite dormi muito mal, aquela cara não me sai da cabeça, assim como uma profunda vontade de rebentar com ele (leia-se vê-lo preso por muitos anos e esperar que seja como nos filmes e que leve umas boas porradas lá dentro, uma espécie de justiça kármica, mas acho que é só nos filmes mesmo).

não há terapia que me controle esta raiva, talvez ainda bem.


terapia _04

sobre os relacionamentos.
já não é necessário pedir para me fazerem um desenho.


terapia _03

you only be the measure
of what your mood is


terapia _02

des—controlar.
aceitar a incapacidade de ter tudo sob controlo.

Gonçalo M. Tavares, 1










terapia _01

o importante é começar o fazer alguma coisa para.
desocupar a inércia, a preguiça, o ruminar.


#best_of_2018
#lições_de_vida
#09_resoluções_de_ano_novo