The Mistake I Made

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Shift responses are a hallmark of conversational narcissism. They help you turn the focus constantly back to yourself. But a support response encourages the other person to continue their story. These days, I try to be more aware of my instinct to share stories and talk about myself. I try to ask questions that encourage the other person to continue. I’ve also made a conscious effort to listen more and talk less.

Recently, I had a long conversation with a friend of mine who was going through a divorce. We spent almost 40 minutes on the phone, and I barely said a word. At the end of our call, she said, “Thank you for your advice. You’ve really helped me work some things out.” The truth is, I hadn’t actually offered any advice; most of what I said was a version of “That sounds tough. I’m sorry this is happening to you.” She didn’t need advice or stories from me. She just needed to be heard.

@https://www.huffingtonpost.com/entry/how-to-help-a-grieving-friend



ontem ouvi as minhas crias a falarem. muito, de muito e duro. apeteceu-me várias vezes abrir a boca para ajudar, mas por uma razão qualquer achei que aquele era um momento em precisavam apenas de falar — e serem ouvidas.


I'm still learning
 

motivational quotes for life






terapia _07

"Não tenho vergonha de depender de comprimidos para ter uma vida minimamente normal. Às vezes algumas pessoas que se tornam mais próximas perguntam-me: “já experimentaste parar de tomar?”, ao que eu respondo afirmativamente. “E o que é que acontece?” Acontece a merda inominável de cada posição do plano existencial valer exactamente o mesmo que qualquer outra. É uma coisa pela qual a maior parte da população nunca passou, felizmente. No reverso dessa bênção reside a desfortuna de sermos portadores de uma experiência incomunicável, mediante a qual os outros nos olham com o desdém de nos acharem, no mínimo, frágeis e, no limite, mimados."
— Valério Romão,  hojemacau.com./deixem-me-vos-levar-pelas-maos-ate-ao-sitio-das-perguntas

happy me

ah, quem me dera ter vinte anos, ou vinte cinco, ou trinta. vá, trinta e cinco.

só a ideia me dá arrepios. pensar nos meus vinte, vinte cinco, trinta, trinta e cinco. estou muito bem nos meus recentes quarenta e três. é pouco sedutora a ideia da possibilidade, mesmo que imaginária, de ter menos anos daqueles que foram necessários para ser a pessoa que sou hoje. ainda que não seja diferente do resto dos mortais: tenho as minhas frustrações, lamentos e problemas. tenho isso tudo e mais um par de botas (até tenho três pares de botas), mas adquiri um super-poder: a capacidade de (re)perspectivar de forma mais eficiente e produtiva.

*

self portrait
(pena é continuar a não saber desenhar)

 



terapia _06

musicoterapia.




a ouvir com phones de boa qualidade e com um sinal de perigo se incomodarem em cima da secretária.

terapia _05

Quem entra é recebido por dípticos a preto e branco identificados com o nome de mulheres: 
 Alice foi queimada, 
Leonor brutalmente agredida e abandonada numa poça de sangue, 
Rosa envenenada, 
Teresa suicidou-se depois de anos de agressão física e psicológica, 
Fátima, depois de uma forte pancada, o seu crânio quebrou-se, 
Ana, as mãos que amam são as mãos que matam, 
Margarida, um tiro levou a sua vida, 
Maria, a sua carne foi esfaqueada.
Todos eles casos reais, ocorridos em Portugal. 

Há depois uma sala negra, um espaço de silêncio para percorrer depois do inicial soco no estômago. 

Já numa parede branca, suspensos sobre um fundo vermelho, a cor do amor e do sangue, há uma série de objetos iluminados como pedras preciosas numa loja de jóias. 
Um martelo, 
uma pedra, 
uma faca, 
todos eles objetos comuns, mas que foram utilizados para matar. 

Na última moldura do corredor, um espelho onde cada visitante se pode ver refletido. 
Desafia João Francisco Vilhena: 
Como nos vemos no fim deste percurso? 
Um assassino tem rosto? 
Uma vítima escondida? 
Qual é a dimensão da fronteira que separa o amor do ódio? 
Do tédio? 
Da falta de humanidade? 
De respeito pelo outro?”

@expresso.sapo.pt/blogues/bloguet_lifestyle/Avidadesaltosaltos/2019-02-01-Matei-a-por-tedio-confessou-ele


não sei que estratégia de sensibilização funcionará melhor, das exposições às campanhas com cartazes. sinto que falta sempre qualquer coisa. não sei o quê. talvez uma mão mais pesada nos tribunais, criando o medo das consequências dos actos destes filhos da puta. ou antes disso, naquela discussão que ouvimos no apartamento do lado e derrotar o ditado que entre marido e mulher não se mete a colher.

há uns meses denunciei um caso. sem provas, se não o de um testemunho indirecto. não denunciei à polícia mas sim a uma associação que trabalha no apoio às vítimas de violência doméstica e faz a ponte junto das forças policiais e dos tribunais. tive receio que uma queixa na polícia fizesse escalar a putice do agressor. sei que aquela família vive num medo que as paralisa. abordadas com todas as reservas de privacidade recusaram confirmar a situação, o que entendo ainda que lamente e tema por elas.

ontem conheci pessoalmente o filho da puta em questão. estavam presentes crianças e tive de dizer um boa tarde à força, mas com a minha pior cara. esta noite dormi muito mal, aquela cara não me sai da cabeça, assim como uma profunda vontade de rebentar com ele (leia-se vê-lo preso por muitos anos e esperar que seja como nos filmes e que leve umas boas porradas lá dentro, uma espécie de justiça kármica, mas acho que é só nos filmes mesmo).

não há terapia que me controle esta raiva, talvez ainda bem.