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procuro aligeirar as minhas inseguranças agarrando-me aos planos geométricos, proporcionais e matemáticos. todos os meus trabalhos de design têm uma grelha por trás, nada é feito a olho e os objectos são colocados usando coordenadas precisas ao píxel. por vezes, corro o risco de alterar o conteúdo para não arriscar a forma.
acontece que antes de terminar, e sempre que tenha tempo para tal, olho e sinto a necessidade de desconstruir qualquer coisa. uma letra. um símbolo. um pormenor, que é só pormenor para mim.
o resultado não tem sido mau. há umas semanas tive o Alan Poul a pedir-me cartazes para levar com ele e deixou-me um autografado. há dias tive um convite para participar na apresentação de um livro que estou a paginar (um grande ensaio visual) e falar sobre o meu processo de trabalho nesta lufada de ar fresco que é esta edição, afastada das outras que são mais clássicas e fechadas num modelo. no dia seguinte a esse convite vi o meu trabalho (no geral) a cair no chão, perante críticas duras de que havia muita coisa mal feita, outras que deveriam ser mais rápidas — afinal é só ctrl C > ctrl V — e por aí fora.
"ninguém é consensual" diz-me a pessoa mais consensual que conheço (e admiro). o que é apreciado por uns, é desprezado por outros. entre uma coisa e outra procuro o ponto de equilíbrio. ir às minhas grelhas e transpo-las para a vida como uma rede de segurança. o resultado não tem sido mau, mas não é uau. parece uma dieta de hospital: não faz mal, assegura mais sáude mas não sabe a porra nenhuma.
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O teu trabalho tem alma. E tem classe. Concluo que a tua alma é cheia de classe. E, espantosamente, equilíbrio! :) Ahahah, o mundo é uma surpresa.
ResponderEliminarGo on, que és bouuuaaa!
espanto mesmo é rever-te por aqui :D
ResponderEliminarpreciso de aspirinas!!!
Andei a organizar os bookmarks e vi que andava por ali um link bonito! ;)
ResponderEliminarPrecisas é de abraços
sempre :D
Eliminarvê lá se escreves qualquer coisinha nos teus :P