estou há uma horita a ouvir esta música e a cantarolar para dentro we are boys and girls, we just want to lose control of our thoughts... of our thoughts....
de thought a tough. disso, ou desses pensamentos, suspiro perante a lentidão tecnológica. o minority report levou-me a uma espera de dezasseis ano por aquela magnífica projecção e manipulação de dados no ar, apenas com movimentos das mãos. para mim era bem mais simples. vejo na materialização dos (meus) pensamentos um caminho para os ordenar, por vezes filtrar e arrastar alguns para a reciclagem. ter tecnologia para facilitar o processo é sedutor, com a crença de que esse ganho seja proporcional à ordenação de algum caos, do meu pinball mental. invariavelmente, acaba por ser feito pela escrita e nem sempre tenho onde escrever. hum, tenho, claro que tenho [talvez ainda encontre alguma dificuldade em pôr no papel (lá está, no digital), essa escrita que leva o seu tempo para ser estruturada e lógica].
—
ocorre-me, antes de publicar esta posta, que o desejo deva ser exactamente o oposto: passar a escrever à mão.
os miúdos de hoje são uns priviligiados
A foi abandonada pelos pais e vive com a avó.
B é orfã de pai, que se suicidou quando ela era pequena.
C prefere estar na escola. sempre que regressa a casa sabe o que a espera: um pai que bate constantemente à mãe.
D tem os pais divorciados, vive com a mãe e o pai desapareceu sem nunca mais a ter contactado.
E tem um pai que via porno e se masturbava à frente dela.
F tem a mãe em constante internamento e o pai em internamentos ocasionais. a avó é que segura as pontas.
G é anorética, já esteve internada em risco de vida e vive com a constante luta de duas vozes na cabeça. a que lhe diz para não comer ainda fala mais alto.
H viu o pai morrer lentamente de um cancro que o fez deixar de reconhecer o filho nos últimos meses de vida.
I viu o pai a apontar uma arma à mãe. várias vezes.
J foi violado por um "amigo" da família.
K foi abusada sexualmente em criança por um tio. contou a duas pessoas, sob a promessa de nunca ninguém contar a absolutamente nada. nunca mais conseguiu falar do assunto.
L fugia de casa recorrentemente com a mãe e os irmãos, com o pai a alucinar e de armas apontadas à família.
(...)
nenhuma destas histórias foi inventada. nove destas são ainda a realidade em que vivem estas crianças. apenas três são já adultos. não fui ao CM procurar informações, são todos casos que conheço pessoalmente. e já que falo do CM, agradeço-lhes o facto de serem dos poucos jornais que põe cá para fora este tipo de histórias (lamento o choque que alguns intelectuais terão com este meu agradecimento ao pasquim).
B é orfã de pai, que se suicidou quando ela era pequena.
C prefere estar na escola. sempre que regressa a casa sabe o que a espera: um pai que bate constantemente à mãe.
D tem os pais divorciados, vive com a mãe e o pai desapareceu sem nunca mais a ter contactado.
E tem um pai que via porno e se masturbava à frente dela.
F tem a mãe em constante internamento e o pai em internamentos ocasionais. a avó é que segura as pontas.
G é anorética, já esteve internada em risco de vida e vive com a constante luta de duas vozes na cabeça. a que lhe diz para não comer ainda fala mais alto.
H viu o pai morrer lentamente de um cancro que o fez deixar de reconhecer o filho nos últimos meses de vida.
I viu o pai a apontar uma arma à mãe. várias vezes.
J foi violado por um "amigo" da família.
K foi abusada sexualmente em criança por um tio. contou a duas pessoas, sob a promessa de nunca ninguém contar a absolutamente nada. nunca mais conseguiu falar do assunto.
L fugia de casa recorrentemente com a mãe e os irmãos, com o pai a alucinar e de armas apontadas à família.
(...)
nenhuma destas histórias foi inventada. nove destas são ainda a realidade em que vivem estas crianças. apenas três são já adultos. não fui ao CM procurar informações, são todos casos que conheço pessoalmente. e já que falo do CM, agradeço-lhes o facto de serem dos poucos jornais que põe cá para fora este tipo de histórias (lamento o choque que alguns intelectuais terão com este meu agradecimento ao pasquim).
ainda bem que as pessoas mudam
já gostava deles, mas vinte e cinco anos depois surpreendem-me com o melhor álbum. bem diferente e incrivelmente bom.
just do it*
hoje, finalmente, contacto a minha advogada para dar início a mais um processo em tribunal. tem de ser. tem mesmo de ser. nem vou fazer de conta que não volto a sentir um arrasto de merda. mas tem de ser. tem mesmo de ser. é uma questão de justiça para as minhas filhas. para mim é mais um teste: enfrentar novamente, resolver e ficar cada vez mais liberta. ingénuos os que acham que é só mesmo mexer em papeis. ou felizes por não saberem que olhar para um único papel destes é despoletar memórias ainda pesarosas. mas adiante, tem de ser. tem mesmo de ser.
[ podia era ter tido juízo e não ter andado por blogues antigos à procura de um texto, que nada tinha a ver com isto mas que me fez ler textos que preferia não me lembrar. hoje não. ]
*
As sapatilhas de running Nike Air VaporMax Flyknit Utility dão destaque à função. O design funcional faz com que seja mais fácil e rápido apertar os atacadores, ao mesmo tempo que a boca de meia altura envolve o tornozelo para proporcionar total conforto. Baseando-se nas originais, este modelo conta com maior amortecimento entre o pé e o inovador amortecimento VaporMax. Um look arrojado para uma corrida rápida.
usabilidade e rapidez. vinham mesmo a calhar.
[ podia era ter tido juízo e não ter andado por blogues antigos à procura de um texto, que nada tinha a ver com isto mas que me fez ler textos que preferia não me lembrar. hoje não. ]
*
As sapatilhas de running Nike Air VaporMax Flyknit Utility dão destaque à função. O design funcional faz com que seja mais fácil e rápido apertar os atacadores, ao mesmo tempo que a boca de meia altura envolve o tornozelo para proporcionar total conforto. Baseando-se nas originais, este modelo conta com maior amortecimento entre o pé e o inovador amortecimento VaporMax. Um look arrojado para uma corrida rápida.
usabilidade e rapidez. vinham mesmo a calhar.
outras complexidades com que não me vou preocupar
creio poder sofrer de alguma perturbação grave de personalidade. continuo a receber emails de trabalho com conteúdos deste género: Muitíssimo obrigado. Pelo trabalho competente e pela sua atenção amável. juro ter mau feitio. juro que é verdade.
se fosse só lexicalmente complexo...
falo das minhas filhas como "as meninas". um plural que facilita a referência a elas, em vez da B. e da C. até há uns dias. já tinha começado a sentir a mudança, mas insistia em chamá-la menina até, ela — a mais velha—, ter os seus momentos de bater portas, de ficar sozinha, de estar só com os amigos, etc. e agora? digo a minha menina — a mais pequena continua a ser menina — e a já menos-minha-menina-e-mais-pré-adolescente? já não há tanto plural, começam a individualizar-se e eu nem dei conta do tempo passar. god help me!
ensaio sobre o desapego
[ quando estou com ele sinto que seria muito difícil deixar de o ter na minha vida. quando não estou com ele sei com toda a certeza que poderia viver sem ele. ]
move
"Quando lhes mostro as coisas que via na minha adolescência, emocionam-se e querem saber o que aconteceu a seguir. Nada. Como, nada? Ora, o propósito era só arrebatar, povoar-nos a cabeça de sonhos, empurrar-nos para fora de casa, fazer-nos pensar que o mundo estava mesmo a contar connosco para a grande transformação. E estava? Não. Então foram enganados? Naturalmente que sim, todas as gerações são, mas ao menos não esperávamos pelo destino sentados no sofá."
— maepreocupada.blogspot.com
"Quando lhes mostro as coisas que via na minha adolescência, emocionam-se e querem saber o que aconteceu a seguir. Nada. Como, nada? Ora, o propósito era só arrebatar, povoar-nos a cabeça de sonhos, empurrar-nos para fora de casa, fazer-nos pensar que o mundo estava mesmo a contar connosco para a grande transformação. E estava? Não. Então foram enganados? Naturalmente que sim, todas as gerações são, mas ao menos não esperávamos pelo destino sentados no sofá."
— maepreocupada.blogspot.com
[continuação da série "blogues que não são sobre dicas de maquilhagem"]
na rentrée (agora sim, já se sente o cheiro a livros novos, a agitação que imprime um bom ritmo nos afazeres do quotidiano):
a nova tasca de um dos meus blogueiros preferidos:
"Não se trata de andar contente ou triste. Ele há malta que anda contente em jornadas vingativas e outra que anda triste porque que pesa cem gramas a mais. Trata-se de ter a inteligência de compreender que o que temos de bom em cada instante é um prazer fragilíssimo, sobretudo, de aceitar que quase nada nos pertence: o aluguer é renovado todo os dias." — insanid.blogspot.com
o novo álbum dos rapazes que fazem umas coisas bem porreiras com a electrónica:
[juntar as duas coisas é apenas uma coincidência das novidades do dia. não espero que amanhã aconteça o mesmo, mas a acontecer aproveitarei, eh eh eh]
sismoslogismos lógicos
— sismo sentido em todo o país
— vivo nesse país e não senti nada
— logo, sou insensível
— vivo nesse país e não senti nada
— logo, sou insensível
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