No habrá nunca una puerta. Estás adentro
y el alcázar abarca el universo
y no tiene ni anverso ni reverso
ni externo muro ni secreto centro.
No esperes que el rigor de tu camino
que tercamente se bifurca en otro,
que tercamente se bifurca en otro,
tendrá fin. Es de hierro tu destino
como tu juez. No aguardes la embestida
del toro que es un hombre y cuya extraña
forma plural da horror a la maraña
de interminable piedra entretejida.
No existe. Nada esperes. Ni siquiera
en el negro crepúsculo la fiera.
Jorge Luís Borges
[tu, o outro Borges, serás lido com tempo e muito carinho.]
o dia em que troquei o star wars por uma bela capa de dvd
decidimos não sair para ir ao cinema, apesar de combinado durante o dia. não sei ao certo o que pesou mais, se o frio ou a preguiça. uma noite a convidar-nos para um sofá com manta polar em cima. decidimo-nos por home cinema, um filme que ainda não tivesse sido visto. eu, que sou facilmente convencida pelas imagens, depois de ver a capa não hesitei em querer vê-lo.
numa palavra: fabuloso. em tudo. desde a fotografia, a banda sonora, os actores, a narrativa. tem uma vampira, um James Dean iraniano, um traficante, uma prostituta, um drogado e uma criança, todos a viverem em Bad City. não é de terror, nem de acção. é intimista e muito bonito.
numa palavra: fabuloso. em tudo. desde a fotografia, a banda sonora, os actores, a narrativa. tem uma vampira, um James Dean iraniano, um traficante, uma prostituta, um drogado e uma criança, todos a viverem em Bad City. não é de terror, nem de acção. é intimista e muito bonito.
colagens #14
A vossa paixão dará
um bom ex para guarda partilhada de filhos ou é um Manuel Maria
Carrilho? Os casamentos ou namoros a viver junto duram uns meses ou
anos, mas uma separação com filhos é uma relação para a vida.
@ Diário de um pai solteiro
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dando música, categórica.
não são buracos na vizinhança, são ratos, Maria, são ratos.
@ Diário de um pai solteiro
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dando música, categórica.
não são buracos na vizinhança, são ratos, Maria, são ratos.
mentiroso
disseste que esta música seria um calmante de deitar abaixo um cavalo. talvez seja só eu maior que um equídeo (mas fiquei com vontade de ir viver numa cabana algures na Islândia).
this is where
where all the biggest questions meet
with little feet stood in the sand
it's all gonna be magnificent, she says
it's all gonna be magnificent
it's all gonna be magnificent, she says
it's all gonna be magnificent
the echoes slow, and there she stands
@ little fictions
with little feet stood in the sand
it's all gonna be magnificent, she says
it's all gonna be magnificent
it's all gonna be magnificent, she says
it's all gonna be magnificent
the echoes slow, and there she stands
@ little fictions
bestial humanidade
primeiro andei a namorá-lo pela net. nos últimos dias tive oportunidade de lhe pôr os olhos em cima, ao vivo. ontem veio parar-me às mãos. só hoje terei oportunidade de o começar a ler. antes disso um desejo enorme que a imaginação esteja em máxima potência e que assim não encontre na sua leitura paralelo com a realidade.
Bestiário Lusitano, Alberto Pimenta / Ed. O Homem do Saco, Momo |
apanhei uma molha de ficar com as calças, o casaco e a mochila ensopadas. soube-me bem a chuva. soube-me menos o frio com que fiquei. caí no erro de acender a lareira mal cheguei a casa. sentei-me no sofá e liguei a caixa de música. agora não há força que me tire deste conforto, ainda que com tanto a fazer. afazeres que se esbatem na preguiça com um qb de nostalgia. o romantismo do outono com a sua chuva e frio quebrados pelo lume e o som dos seus estalidos.
uso o sarcasmo publicamente para combater ilusões muito privadas, com os quais ainda tenho pouco controlo, apesar das lições. um hiato assustador entre a razão e a emoção, que continuo sem entender. como pode haver tanto desfasamento entre ambas quando pertencem ao mesmo? estou a pouco mais de um par de meses de fazer quarenta e um anos. passei a marca dos quarenta sem a sensação de barreiras, até agora. sinto o meu corpo a envelhecer. se como mais de duas fatias de queijo fico com azia. emagrecer é cada vez mais difícil, ainda que a motivação agora seja mais crucial por ser mais uma questão de saúde e menos de aspecto. não posso virar a cabeça muito rápido que fico com vertigens, daquelas que chegam às náuseas. perdi a vontade de concretizar sonhos, já estão quase todos no lixo de uma leve memória. levo, agora, a minha vida a gritar que só quero paz. não de paragem, que para isso terei o caixão um dia, mas na simplicidade dos dias. os que passo com os amores da minha vida, as minhas filhas. as duas sentadas junto a mim no sofá ao fim do dia, a vermos um qualquer filme de animação, sem falarmos por palavras, com uma encostada no meu ombro e a outra a brincar com as minhas mãos nas dela. ou os fins de tarde onde o caminho de regresso a casa se faz com conversas de como foram preenchido os dias delas. o tempo com os meus amigos, daqueles em que estamos sem máscaras, onde se discute a Trampa do mundo, os super-heróis, o peso que algumas horas do dia tiveram... os abraços que chegam sem dizermos nada, olhando uns para os outros apenas. uma linguagem de conhecimento que adquirimos entre nós. a redenção do meu pai - sim, ainda está a tempo disso, por ele, por mim, pelas minha filhas. recordo-me dos poucos anos de real contacto com o meu avô materno que me marcaram para sempre, foi a melhor pessoa que conheci até hoje. em tempos convulsos amou puramente, sem nunca exigir retornos ou pedir ajuste de contas com histórias passadas.
devia ter feito parágrafos. não devia começar frases com verbos. devia ter mais cuidado com as vírgulas, mas who cares? importa-me que saiam as emoções, o conhecimento, um pouco de auto-análise reflectida. que a escrita me serene.
devia ter feito parágrafos. não devia começar frases com verbos. devia ter mais cuidado com as vírgulas, mas who cares? importa-me que saiam as emoções, o conhecimento, um pouco de auto-análise reflectida. que a escrita me serene.
colagens #09
colagens #08
a destempo
pedi lume a um gajo que me falou do tempo estar mais quente antes de me emprestar o isqueiro. lembrei-me da mais nova que ontem me perguntava por que se usava a mesma palavra para o tempo meteorológico e de duração. obrigado pelo lume. e fui apanhar sol durante o tempo de um cigarro.
Carlin, in small group the same
vou ali apanhar ar para recuperar do choque de dar de caras logo de manhã com uma pessoa feliz pelo Trump ter ganho. foda-se...
colagens #03
colagens #02
Misery loves company
Prolongar, até ao limite insustentável da curiosidade, uma abstinência de redes sociais responsivas (Facebook, Twitter, Instagram, et al), é uma benção. Até a solidão é digna de melhor companhia.
@oanaogigante.blogspot.pt
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Prolongar, até ao limite insustentável da curiosidade, uma abstinência de redes sociais responsivas (Facebook, Twitter, Instagram, et al), é uma benção. Até a solidão é digna de melhor companhia.
@oanaogigante.blogspot.pt
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Vasco Mendonça (Comunidade Cultura e Arte / T2: Trainspotting) |
colagens #01
do amor
talvez seja simples
saber
o teste é elementar
se frente um
ao outro
o resto do mundo
desexistir
então
é amor
@ xilre.blogspot.pt
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talvez seja simples
saber
o teste é elementar
se frente um
ao outro
o resto do mundo
desexistir
então
é amor
@ xilre.blogspot.pt
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feriado
passei a maior parte do dia a trabalhar para o trabalho-que-me-paga-as-contas, interrompida milhões de vezes pelas catraias que ora tinham fome, ora precisavam de um julgado de paz para decidir se a uma das bonecas cairia a sentença do corte ao meio. nos momentos de mais sossego, o trabalho a avançar enquanto as ouvia a brincarem. estas duas últimas horas passadas entre fazer jantar, comer, dar banhos, caminha, beijinhos e retomar o trabalho.
este não é um post a queixar-me.
este não é um post a queixar-me.
M6 (para maiores de seis anos)
temos, então, um filme infantil onde monstros comem trolls para terem uma good trip de felicidade. onde aquelas pequenas criaturas hiper-coloridas cantam uns clássicos da pop em cenários psicadélicos. ok, depois lá descobrem todos que a felicidade está dentro de nós, todos nós, sem necessidade de recorrer a drogas trolls. e o amor vence :)
shelter(s)
Matthew Northridge |
I like the stars. It's the illusion of permanence, I think. I mean, they're always flaring up and caving in and going out. But from here, I can pretend...I can pretend that things last. I can pretend that lives last longer than moments. Gods come, and gods go. Mortals flicker and flash and fade. Worlds don't last; and stars and galaxies are transient, fleeting things that twinkle like fireflies and vanish into cold and dust. But I can pretend...
Neil Gaiman, The Sandman
invasões | evasões
(...) é preciso embrutecê-los pela fadiga. Desnutridos, enfermos, se ainda resistem, o medo concluirá o trabalho: assestam-se os fuzis sobre o camponês, vêm civis que se instalam na terra e o obrigam a cultivá-la para eles. Se resiste, os soldados atiram, é um homem morto; se cede, degrada-se o caráter, não é mais um homem; a vergonha e o temor vão fender-lhe o caráter, desintegrar-lhe a personalidade.
prefácio de Jean-Paul Sartre na obra Os Condenados da Terra de Frantz Fanon
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prefácio de Jean-Paul Sartre na obra Os Condenados da Terra de Frantz Fanon
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Patrick Leger |
curiosas coincidências, boas para fazer print screen.
(tive mesmo de reeiniciar o device e saltei para o Bad Kingdom).
sweet root
The tea is “delicately dashed with chamomile and peppered with lively liquorice”. Apparently, the tea is meant to make your insides feel warm and cozy, and it should probably calm you the fuck down.
confort zone, again Sam
ainda ontem me ofereceram um puff. rectangular, uma espécie de almofada gigante que dobrado serve como um sofá individual bastante confortável.
bons rapazes
(...)ninguém acredita que Pedro João, divorciado, 44 anos, e pai de duas crianças, uma das quais apenas com alguns meses, seja capaz de alvejar alguém a sangue frio. Simpatia e educação no trato são traços sublinhados por todos.
(...) estava, com o seu camarada a fazer uma patrulha, perto das quatro da manhã, quando detetaram o automóvel com o suspeito, entretanto identificado como Pedro João Ribeiro e Costa de Pinho Dias, estacionado num local ermo. Dirigiram-se ao carro e pediram-lhe a identificação. Com a carta de condução da mão e quando, via rádio, pedia informações sobre o indivíduo ao posto, viu o colega ser atingido com um tiro na cabeça. Sem tempo para reagir, foi obrigado, sob ameaça de arma, a colocar o corpo do militar já morto no porta-bagagem do carro patrulha. (...) O suspeito assassino pensava, nesta altura, que o militar estava morto, mas este assistiu a toda a cena. Segundo terá contado aos investigadores, Pedro Dias agiu com grande rapidez e dirigindo-se ao automóvel abriu a porta, deu um tiro a cada um e levou o carro.
(bon, tant pis... on rit encore)
Nous sommes d’ici
Nous sommes gentils bien sur
Nous sommes plus forts plus forts que la nature nature
Nous annoncions rayonnant
D’optimisme et d’amour
Qu’on a tout vu, tout vu
Et on rit encore encore
Percebemos uma casa vizinha à medida que passamos por ela. Quando nos aproximamos, vemos primeiramente um lado, depois, à medida que caminhamos, vemos a frente da casa e, a seguir, o outro lado. Se contornássemos a casa, veríamos os fundos, e, se pudéssemos entrar, veríamos o interior, de vários ângulos, de acordo com a nossa localização. Como vemos a casa de forma diferente em cada ângulo, sabendo que se trata da mesma casa, concluímos que a casa existe como algo em si, independente de qualquer perspectiva. Por outro lado, a visão desta, de qualquer ponto em que estejamos, permite-nos saber que é uma casa. Ver a casa é, portanto, vê-la de algum lugar, em algum momento, ou seja, vê-la de uma forma perspectival, num determinado local, num determinado tempo, referidos como um horizonte.
Ver a casa, portanto, implica poder vê-la de várias perspectivas, que são várias possibilidades.
Merleau-Ponty
Cocu_Liu,San Francisco
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Ver a casa, portanto, implica poder vê-la de várias perspectivas, que são várias possibilidades.
Merleau-Ponty
...lógicas
Alguém que esteja interessado em caça grossa, contacte-me. Sei onde param as bestas.
não sei a quem o hmbf se referia em específico mas sei em quem pensei quando li o seu post. sei bem por onde param as bestas, as da esfera pública e da esfera privada.
ontem à noite cometi o erro de ter a tv ligada na cmtv enquanto preparava o jantar. directos a dissecar a situação de um barricado, suposto homicida da namorada. relatos de violência e violações. separações e reatamentos. à primeira vista nada disto tem lógica. nunca, em nenhuma das histórias deste tipo. à segunda, muitas explicações: psicológicas, patológicas, sociológicas, juspsicológicas... tanta lógica com prefixo... no terreno, das vítimas aos agressores, pouco serve. por muitas voltas que se dê (e nas voltas, um sinal que ainda se consegue mexer.... menos mau...) as marcas ficam e são relembradas em cada acção obsessiva da outra parte.
temosmeio mundo um quarto alguns a movimentar o que julgam possível para prevenir ou quando não é possível, para acompanhar o desequilíbrio que fica, apoiar e ajudar a arrumar as gavetas possíveis. fundamental, sem dúvida. mas que não resolvem o primário, rude e brutal de ter uma filha de dez anos com insónia e chegar ao pé de mim, já muito além da hora em que devia estar a dormir, e dizer-me "mãe, não consigo dormir. estou só a pensar no dia em que o pai te bateu". enfiei-a no meu colo, abracei-a e contei-lhe uma estória para enganar os pensamentos e deixar que o sono chegasse.
a besta do pai, desses pais, que colocam as suas obsessões e raivas acima dos filhos. essa besta que viu as filhas a chorarem agarradas a mim, onde foi mais importante para ele continuar aos berros comigo e a ameaçar-me de mais porrada.
ainda que eu não puxe o assunto com as minhas filhas, nem de outros ligados à bestialidade do pai, a memória delas, a inteligência delas em saber claramente o que está errado e o que está certo, não as deixa esquecer. sei bem que não se esquece.
não sei a quem o hmbf se referia em específico mas sei em quem pensei quando li o seu post. sei bem por onde param as bestas, as da esfera pública e da esfera privada.
ontem à noite cometi o erro de ter a tv ligada na cmtv enquanto preparava o jantar. directos a dissecar a situação de um barricado, suposto homicida da namorada. relatos de violência e violações. separações e reatamentos. à primeira vista nada disto tem lógica. nunca, em nenhuma das histórias deste tipo. à segunda, muitas explicações: psicológicas, patológicas, sociológicas, juspsicológicas... tanta lógica com prefixo... no terreno, das vítimas aos agressores, pouco serve. por muitas voltas que se dê (e nas voltas, um sinal que ainda se consegue mexer.... menos mau...) as marcas ficam e são relembradas em cada acção obsessiva da outra parte.
temos
a besta do pai, desses pais, que colocam as suas obsessões e raivas acima dos filhos. essa besta que viu as filhas a chorarem agarradas a mim, onde foi mais importante para ele continuar aos berros comigo e a ameaçar-me de mais porrada.
ainda que eu não puxe o assunto com as minhas filhas, nem de outros ligados à bestialidade do pai, a memória delas, a inteligência delas em saber claramente o que está errado e o que está certo, não as deixa esquecer. sei bem que não se esquece.
Nirvana
actualmente, prefiro o álbum que faz daqui a um par de meses vinte e três anos. no tempo em que aquele canal ainda era de music e não de merda tv.
foi a minha banda preferida durante muitos anos. agora não tenho banda preferida, livro preferido, filme preferido. só qualquer coisa como um vasto top de muito bom que vai variando conforme a sensibilidade.
foi a minha banda preferida durante muitos anos. agora não tenho banda preferida, livro preferido, filme preferido. só qualquer coisa como um vasto top de muito bom que vai variando conforme a sensibilidade.
it's just a fucking flower
o mundo divide-se entre aqueles que intelectualizam demasiado e aqueles que pouco ou nada o fazem. (numa muito reduzida terceira parte - quem sabe, imaginária - estarão os razoáveis.)
Heads Up
dois encontros dispensáveis logo pela manhã. a minha melhor bitch face para cada um deles, honesta e sem nuances do preto no branco.
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