mesmerizing


but.. no, I won't dance with that.

Will Amato


the price you pay*

não sei se metaforize com uma almofada de espuma com (má) memória, se com um boomerang.


há menos lágrimas, deram lugar a mais gana (a minha nova palavra preferida) que me salva de um inevitável retorno ao passado, onde houve más decisões. a intenção era boa, mas ingénua (também se paga por isso). sempre a pensar no bem-estar das minhas pirralhas, antes e agora, ainda que pareça haver barreiras a mais, novas, velhas, a cair do céu, raios partam. ah!... mas a gana e as minhas pirralhas em foco.

do outro lado, um burgesso que insiste no seu foco de ódio acima de tudo. um burgesso incapaz de lidar com a frustração de ter perdido o seu saco de porrada. um burgesso que aumentou a sua agressividade em proporção à minha maior indiferença no que à sua vida diz respeito. fê-lo acima de tudo. ou quase. o quase que fica garantido por quem não o vê acima de tudo. e é muita gente.

*não consigo lembrar-me da música. está mesmo por debaixo da língua e é irritante.
Ter a noção de que posso morrer a qualquer momento anulou-me qualquer vontade de uma morte voluntária.

***

Helene Traxler


este setembro vem relembrar-me do incerto. ainda não houve cheiro de cadernos novos, do aliviar a dose de anti-histamínicos, de noites de casaco de malha na varanda e o deixar-me ir nas luzes da cidade. deixei de ser pessoa de meses, inevitavelmente de dias. recomecei o trabalho como se nunca o tivesse deixado. atrasei tudo o que podia conjecturando planos menos acidentados, continuam a doer-me as mesmas dores.

desejo de resumos supérfluos

tenho a mão direita suada por estar há demasiado tempo no rato (acho que escorre algum suor pelo braço). os dois programas que mais utilizo insistem em fechar-se sem aviso prévio e ainda têm a ousadia de me pedir se quero enviar relatório. um dos browsers pergunta se permito um pluggin, assim que clico no permitir e memorizar(!) volta a bloquear deixando toda esta tecnologia do pomar à mesma velocidade que a minha carcaça de quatro rodas a subir a rampa de saída de casa: com um ponto de embraiagem lento e delicado.

eu deixo-me ficar a ouvir esta abertura de festival de música e a decidir se vou apanhar os ouriços das castanhas que já começaram a cair.


I stay alone, skipped a stone, from the known to the unknown
Feeding fires, spinning tyres, getting even
And for a while, I made you smile, saw the voodoo in you child
Girl, you know you are the reason
It's been a wild season





(não gosto da minha casa sem elas. o nó que trago por deixar uma a chorar e a outra a controlar como gente grande o que-tem-de-ser. tão pequenas e já tanto sobre elas. e continua. merda.)
Vem aí uma frente fria fresquinha*. Temperaturas máximas caem 10 graus já na quarta feira.

*quando o diminutivo é um aumentativo.  do conforto sentido.

on the esplanade down by the sea



I'm awake today
So nice to see the window
Wash my dreams away
I prop myself up on my pillow

(cada vez mais)

há muito desisti de ser feliz, bastam-me agora silêncio e paz.
@universosdesfeitos-insonia.blogspot.pt
estive para comprar duas caixas para tomates (na realidade, eram para maçãs mas as vermelhas enganavam o suficiente). seriam para ofertar como gesto de facilitação para a conservação dos mesmos. a tempo lembrei-me que o problema poderia ser que ainda não tivessem descido sequer. problema comum a muitos meninos putos gajos recém-nascidos.

(garanto que às vezes consigo ouvir alguns - mesmo que seja em murmúrio - a dizer: mãezinha ajuda-me, dá-me colinho, o mundo é mau)




primeiro de setembro

tive uma crise logo pelas dez da manhã. faltou-me o ar, não sei se tenho algum problema nos pulmões ou se é este calor miserável de que já me tinha esquecido. num acto de desespero fui rever sítios respiráveis. (não é justo este ataque massivo... uma pessoa ainda tem metade do cérebro em pausa)