não foi literalmente mas doeu como se o tivesse sido. a luz das seis e meia da manhã, acompanhada pelo insistente despertador, obrigaram-me a acordar de uma noite a sonhar sobre as minhas frustrações. outra vez a rotina a meter-me numa bóia de salvamento: os pequenos-almoços, beijos e abraços às minhas beloved e o trabalho.
Escutei, à distância, o som de um trompete e perguntei ao criado o que significava. Ele não sabia nada, nada ouvira. Frente ao portão, deteve-me e perguntou:
- Onde vai o meu amo?
- Não sei – respondi – Daqui para fora, vou-me embora, apenas. Daqui para fora, é só, só assim conseguirei atingir o meu objectivo.
- Então vossa senhoria sabe qual é o seu objectivo? – Perguntou novamente.
- Sim – retorqui – Já te disse: daqui para fora, é esse o meu objectivo!
—Franz Kafka, A Partida
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