continuando no meu mundo.

ontem, ao sair do trabalho, decidi-me por um desvio de horas antes de regressar a casa. depois de sair da Covilhã em direcção a Unhais da Serra, passo por uma das zonas mais bonitas deste interior à mão. paro a meio caminho, em Cortes do Meio, para uma ida à água. era capaz de viver ali. gostava de viver por ali. ou noutra aldeia qualquer enfiada numa destas encostas tão bonitas onde parece que o tempo tem outro ritmo. sou mulher da aldeia. não percebo porque investi num apartamento na cidade pequena. agora, nem num futuro próximo, terei possibilidade de mudanças. não é grave. podia estar em Lisboa e ser uma profunda infeliz (ainda mais) no meio do trânsito e de prédios a mais.

talvez seja uma alma velha e provinciana. quero o tempo dos dias lento, quero o aborrecimento de não ouvir carros, quero não ter de lidar com gente agitada no stress matinal, diário. quero as ruas da aldeia para as miúdas brincarem na rua, nas quintas, entrarem em casa para jantar com a melhor sujidade, das mãos na terra.

e agora vou trabalhar. enfiada no openspace que odeio (não percebo esta cultura moderna dos espaços tecnológicos abertos, com gente a mais). o rabo colado à cadeira durante, pelo menos sete horas (hoje, provavelmente, mais).

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