ontem, como hoje, a mais pequena pergunta porque há pessoas que não vão à festa de aniversário dela. aos seis anos tive de lhe explicar aquilo que não me apetecia que ela sentisse, que percebesse. que os laços podem ser mais frágeis e incertos do que gostariamos, que não faz sentido um pai não estar porque simplesmente não quer, que amigos têm mais que fazer, que não é por mal, simplesmente apareceram outras coisas urgentes para as pessoas fazerem e não podem estar, mas que gostam muito dela e que tenho a certeza que gostariam de estar presente neste dia.

depois engasguei-me. literalmente. tinha ali um nó qualquer que fez com que a saliva fosse para o canal errado. um cagaço do caralho. enquanto não entrava o ar, uma agarrou-se às minhas pernas a chorar e a outra, a mais velha, a bater-me nas costas. naqueles segundos não vi a minha vida em restrospetiva. vi o futuro delas e ... acalma-te, Rita, porra acalma-te e fiz sinal à mais velha para ir chamar os vizinhos. voltei a respirar. uffa.

hoje o dia é teu menina linda. ninguém vai remexer na merda e intensificar as faltas. conta quem está, com a garantia que provarei que a vida avança bonita.


4 comentários:

  1. gostei de ler, Rita. muita força.

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    1. foram dois de festejos com força sem esforço ;)

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  2. good girl, querida Nashi, e parabéns à(s) tua(s) menina(s) e a ti :*

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    (nos entretantos, se possível, encosta-o à parede, tem que estar lá, presente, mesmo que se invente...)

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    (eu sei da dificuldade, nem te conto aquilo que está por "cá" a acontecer com a minha bebé nigga...)

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    1. obrigada Alexandra :)

      (não há essa coisa de encostar... já o fiz e já chega. invento é uma mãe capaz de tudo para que não haja buracos maiores do que o importa mesmo. estar por querer estar. muito.

      desejo o mesmo à tua nigga. sem burgessos a fazerem merda na vida delas. <3 )

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